Com a Primavera chegou um novo habitante à nossa piscina biológica. Já desde algum tempo estranhamos sobre folhas cortadas de plantas aquáticas a boiarem na piscina, fenómeno que vulgarmente não acontece. E, aproximando-se a piscina, alguém dava saltos abruptos, fugindo da margem para as profundezas da água. Não conseguimos detectar quem era, porque vivia tão clandestinamente e com muita precaução.
Pois, tivemos um suspeito. Porque rãs a saltarem na água provocam outro som e outro tipo de onda, isto sabíamos de experiência. Mas até chegarmos de ter certeza passaram semanas. Num belo dia de Abril fiquei sentada perto da piscina biológica sem muita atividade, li um livro e comi um lanche e vi o que gostava de ver. Numa das pedras na margem, bem exposto ao sol e perto do passadiço, detetei um cagado juvenil! Tomava um banho de sol e a sua carapaça brilhava na luz. E foi exatamente este brilho que chamava a minha atenção. Trata-se um exemplar do Cagado-mediterrânico, Mauremys lepropsa, um macho jovem, distinguível na caule relativamente comprida. Fiquei muito tempo sem me mover, para o observar, e, mais tarde, com movimentos em câmara lenta consegui tirar uma foto com o meu telemóvel. Que sorte!
De um modo geral, quem vem por meios próprios para se juntar viver na piscina biológica, tem direito de ficar (com exceção de espécies exóticas invasoras). Isto vale também para cágados. Importante salientar que se trata de uma espécie protegida em Portugal e Europa, bem como todos os outros répteis. Não temos do direito de a deslocar ou afastar. Assim, também não é brinquedo para ninguém e é muito importante de não dar comida. Na natureza sabem alimentar-se e o mesmo acontece na piscina biológica.
Então, o que fica a respeitar se aparecia um cágado na piscina biológica? Não se deve dar comida! Nunca! E no caso que apareciam mesmo muitos cágados, caso pouco provável, podia tornar-se problemático para a piscina biológica. Neste caso, por favor, contatar os projetistas da Bio Piscina, Lda.
O exemplar que acabou viver na nossa piscina biológica já adaptou-se um cadinho à nossa presença. Escolheu agora uma pedra atrás do passadiço para tomar banho de sol, assim fica mais escondido. Chamamos-o Anton e esperemos que até Verão ganha confiança para podemos tomar banho sem o assustar demasiado. Gostamos muito que a piscina biológica funciona como habitat para espécies selvagens e permite esta comunhão com a natureza.