Nas margens duma piscina biológica podemos encontrar algumas plantas comestíveis. Desde que a qualidade de água fornece condições favoráveis para estas espécies, fazem parte da gama de escolha dos projetistas.
A hortelã (Mentha aquatica) emite um perfume forte à mentol, porque todas as partes da planta são ricas em óleos etéricos. As folhas usam-se para infusões e chãs, bem como para bebidas frias e também para decorar doces. A hortelã precisa de uma água com uma boa dotação de nutrientes e bastante carbonato de cálcio.
O poejo (Mentha pulegium) tem um sabor bem mais fino e muito aromático. As suas folhas usam-se para infusões e chãs, e também para fazer um famoso licor. Em climas quentes é uma planta apta para as margens de uma piscina biológica, desde que a água dispõe bastante nutrientes.
Os agriões (Rorippa nasturtium-aquaticum) são plantas comestíveis muito bem conhecidas e apreciadas na cozinha portuguesa. Nem toda gente acha os agriões uma planta aquática, mas é. Tem aspeto impercetível, mas o seu lado forte é o sabor. Aquele é forte e picante, devido ao teor de óleos de mostarda que a planta contem nas folhas. Usa-se os agriões para sopas, saladas ou nas sanduíches para diversificar a dieta invernal. Numa piscina biológica pode crescer nas margens, ou ainda melhor num riacho, desde que a água dispõe cálcio e uma boa dotação de nutrientes.
Em algumas partes do país, as pessoas gostam de comer espécies de meruges ou morugem-de-água (Callitriche spec.), uma pequena planta subaquática com minúsculas folhas flutuantes. É comido fresco ou na sopa, mas sempre antes de florescer.
As espécies nativas de nenúfares (Nymphaea alba e outras) na Europa têm, desde tempos remotos, importância económica. Sementes e rizomas se comia, as folhas e flores usava-se para fins medicinais. Em tempos remotos, na França utilizava-se os rizomas de nenúfar para fazer cerveja! Nenúfares são plantas adequadas para qualquer piscina biológica e desempanam aí papel ornamental e funcional importante. E se calhar, estão aí mais apreciados do que na cerveja.
Como a água naturalizada da piscina biológica é inofensiva para a fitossanidade, pode-se recolher algumas partes das plantas comestíveis na margem e fornecer ingredientes pouco comuns para uma próxima refeição. Assim junta-se assim a vertente culinária aos banhos ecológicos.