Na entrevista a arquiteta paisagista Claudia Schwarzer reflete sobre o seu trabalho com as piscina biológicas, que desde 25 anos são uma história de sucesso.

A água é importante para si porque …? … adoro a água, desde sempre, e gosto muito de nadar. Na minha infância brincava muito com e perto da água e sonhava da possibilidade de nadar logo a partir da janela do meu quarto.

Como era a primeira piscina biológica que desenharam? Relativamente moderna e relativamente sofisticada, pela configuração, diversidade de materiais e equipamentos modernos como bomba solar e biofiltro que usamos. Já este projeto nasceu em estreita cooperação com o cliente, como todos os outros a seguir também.

O que distingue os designs dos primeiros dias dos de hoje? A dificuldade de arranjar certos materiais, como telas de alta qualidade, madeiras resistentes, equipamentos técnicos.  Hoje podemos desenhar projetos bastante elaborados e realizar sonhos do tipo ‘nunca visto’. E a boa equipa da SHB que executa todos os nossos projetos é muito dedicado e profissional.

Se pudesse viajar de volta no tempo, para onde iria? Aos anos 20 do século passado, Hotel Palace da Curia no seu dia de abertura. Nesta altura a belíssima piscina do hotel, em forma de um transatlântico, num design único e extravagante, trabalhava apenas com água natural do Rio Cértima. Assim, quase uma biopiscina … gostava de ter isto experimentado.

Quais são as três palavras que caracterizam seu estilo atual? Individual, natural, muito bem enquadrado no local / na paisagem.

Tem materiais preferidos? Pedra, sobretudo granito, madeira natural e plantas aquáticas.

Existe algo típico e distinto nas suas piscinas biológicas? Da primeira vista talvez não, porque as formas variam muito, do estremo arquitetónico ao muito naturalizado. Mas cada um projeto baseia-se num design bio-baseado, desde o início da nossa atividade exclusivamente com plantas autóctones, a base de um profundo conhecimento científico da qualidade de água e de funcionamento de ecossistemas aquáticos.

Quem ou o que mais influenciou seu trabalho? Portugal com a sua natureza esplêndida, a sua beleza natural e as suas bonitas paisagens de grande diversidade.

O que significa para si beleza? Queria citar o filósofo Immanuel Kant: Beleza é a experiência de vivacidade.

Qual é o salário intangível para o seu trabalho? Estamos gratos de ter o privilégio de criar espaços vivos. A satisfação dos nossos clientes com o design, com a obra acabada conta muito. Ver o encanto dos nossos clientes com o projeto realizado, que não é apenas uma construção, mas um espaço vivo. Tudo isso revela-se com o prazer natural do primeiro banho, a primeira rã que aparece, o primeiro nenúfar a florescer, as libélulas a caçarem acima da água e muito mais. É como uma janela que se abre e de repente conseguimos ver a natureza.  É indescritível!

O que gosta mais no seu trabalho?  A cooperação nas fase do design com os clientes e tomar banho. Experimentei quase todas as piscinas biológicas que desenhamos e cada projeto realizado é uma fonte de inspiração para o meu trabalho.

Sua visão para o futuro das piscinas biológicas? De um lado vamos continuar a aceitar convites para desenhar projetos bonitos para sítios desafiantes. Nos anos passados conseguimos realizar projetos de extraordinária beleza. O que me encanta neste contexto é que cada projeto tem o potencial de tornar-se ainda a piscina biológica mais bonita.

Vamos continuar com as piscinas biológicas em Portugal, já são uma história de sucesso, desde 25 anos. E penso que o futuro das piscinas é definitivamente bio!