Este ano, o Verão de São Martinho ofereceu-nos uma época balnear bem quentinha e bastante estendida. Assim, excelentes condições para despedimo-nos da piscina biológica em plena acção.
E nas próximas semanas, enquanto nos vamos passar mais tempo em casa, a piscina biológica torna-se uma bela adormecida. Sim, ela fica bela mesmo com menos flores, fica ativa mesmo com temperaturas de água mais baixas, e continua albergar muita biodiversidade nela. Mas a partir de agora, toda a biologia trabalha numa forma travada, por falta de luz e por falta de temperaturas mais amenas nestes dias mais curtas. Assim, numa certa forma a piscina biológica está a hibernar, mesmo se não for numa forma tão drástica como na Europa Central. Mas também em Portugal existem piscinas biológicas no Norte, uma delas até implantada num altitude de quase 1.000 metros. E essa, pois, vê-se no inverno frequentemente rodeada de neve ou coberta por gelo.
Mas de facto, há alguns que já estavam à espera do inverno para iniciar as suas migrações à piscina biológica. Há relas, salamandras e tritões que passaram o Verão fora da água e regressam à água nestes dias chuvosos que facilitam o regresso à água que foi o berço deles.
E nós? Sonhamos da próxima época balnear com dias de sol, enquanto passamos dias mais curtos com menos luz. Entretanto, a piscina biológica veste-se ao final desta época com as bonitas flores brancas do caniço que abanam lindamente no vento.