Rewilding

Florestas são os pulmões do mundo e florestas autóctones, de composição de espécies originais do sítio, são as melhores a ajudar atenuar os efeitos do aquecimento global. Promovemos uma grande gama de projetos sustentáveis, atualmente chamadas nature-based solutions, soluções bio-baseadas na língua portuguesa. Um exemplo é Rewilding em ambientes florestais no clima mediterrâneo.

Temos experiência e conhecimento científico para o apoio professional em Rewilding de florestas. Um projeto realizado há quase 30 anos serve hoje em dia como projeto-piloto. Veja mais sobre este projeto nesta página e neste download. Também temos um pequeno vídeo em inglês.

Mais projetos de Rewilding em ambientes florestais da nossa autoria foram concluídos recentemente.

Em 1996 fomos contratados para conceber um projeto de Rewilding dum eucaliptal. Uma primeira análise fitossociologica, isto é a botânica das comunidades vegetais, revelou que era possível transformar o eucaliptal em sobreiral com carvalhos.

Os troncos de eucalipto foram cortados, os cepos levantados a impedir o seu crescimento. Nesta altura viviam nestes 4,5 hectares 32 diferentes espécies de plantas, entre elas os primeiros sobreiros e carvalhos de cerca de 10 – 20 cm de altura.

O projeto resistiu completamente à plantação de qualquer árvore ou outras espécies.

O objetivo geral foi mostrar que é possível recuperar uma floresta com o repovoamento espontânea. Nos primeiros anos após corte do eucalipto, a manutenção delimitou-se ao abate de pinheiros-bravos, espécie alóctone (estranha do sítio) e, mais tarde, ao corte de estevas ao longo de caminhos que passam pela propriedade a reduzir combustível.

A observação de certas espécies, logo no início do projeto, ainda antes da remoção do eucalipto, dava-nos muita confiança de atingir o objetivo de criação espontânea duma floresta através de métodos de Rewilding.

A fitossociologia, a botânica das comunidades de plantas, mostra para cada local do mundo, na ausência de intervenções pelo homem, que a natureza desenvolve uma vegetação clímax (o estado de desenvolvimento mais evoluído) cuja composição florística é típica para certas condicionantes naturais como por exemplo o solo e o clima. São estas condicionantes iguais ou muito parecidas, desenvolve-se naturalmente a mesma vegetação clímax. 

As espécies observadas, no início do projeto, já apontavam para o desenvolvimento de um sobreiral com presença de muitos carvalhos.

Após mais de quase 30 anos de duração do projeto, o número de espécies aumentou de 32 para mais que 300. Existem 8 diferentes táxones (espécies ou híbridos) do género Quercus, a maioria deles são sobreiros e cerquinhos.

O estudo económico para este projeto mostra, em comparação dum eucaliptal, o rendimento económico após 25 anos é cerca de 5-6 vezes mais alto. Nesta floresta não se recolha apenas madeira para a produção de celulose. Aqui há muito mais! Frutos silvestres como cogumelos, medronho e ervas aromáticas. As árvores oferecem uma grande gama de produtos naturais que podem ser rentabilizados como cortiça, lenha e madeira nobre.