Plantas aquáticas, pelo menos as subaquáticas que vivem submersas, sempre debaixo da água, são um assunto para poucos especialistas. Quem não é um destes especialistas não está a ver mais nada do que algo verde debaixo da água. Plantas subaquáticas parecem ser todos iguais, algo caótico, na melhor das hipóteses entende-se este jungle subaquático como plantas que produzem oxigénio.
Mas vale a pena tentar ver um pouco mais. Por exemplo, encontrar a Groenlandia densa ou Serralha-da-água. Uma planta de um verde vivaz, especialista de águas carbonatadas e oligotróficas (isto é, provientientes de geologia calcária e extraordinariamente limpas, quase como água potável). Quem uma vez viu esta planta junto a uma nascente – porque cresce sempre bem perto de nascentes – vai ficar encantado sobre o que a natureza sabe criar só com tons verdes. No jogo da água corrente, entre sombra e raios de sol, as folhas parecem pennes verdes.
A Serralha-da-água é uma planta rara e ameaçada, descrita como “vulnerável” na Lista Vermelha da Flora de Portugal. De um lado é naturalmente rara, porque nascentes em águas calcárias são raras devido à geologia do país e, onde existem, são muitas vezes já tão contaminadas com nutrientes provenientes da agricultura, assim que a Serralha já não se encontra lá.
Nas piscinas biológicas podemos usar a Groenlandia densa apenas em situações de água fortemente carbonatadas, como existem na zona de Leiria ou no Algarve. Também nestes biótipos de banho a espécie prefere sítios com água em movimento, onde desenvolve a sua extraordinária beleza como uma penne subaquática a brilhar em muitos tons de verde.