Ao longo dos milénios, a humanidade tomava banho em águas naturais, simplesmente porque não existia outra. A menor densidade de população a viver nas paisagens de outrora e a ausência de contaminação permitiram isto, em algumas partes do mundo até hoje.  Assim, se tomava banho sem preocupação.

Já há 3 mil anos antes de Cristo foram inventadas as primeiras “piscinas”, ou seja, banhos artificias, preenchidos com água natural de rios ou nascentes, por povos do atual Paquistão.

A qualidade de água era garantida por água corrente ou pela renovação de água. Por isso, precisavam de uma ligação aos recursos existentes no meio ambiente. Neste contexto não surpreende que os Romanos aperfeiçoavam os banhos. Como mestres de arquitetura e engenharia, construíram condutas e aquedutos para trazer água de longa distância aos sítios desejados onde implantaram os banhos, até aquecidos. Há 2 mil anos em Roma já houve balneário com capacidade de servir 2.ooo banhistas em simultâneo, com piscina pública de dimensão olímpica. Ou seja, ao longo de milénios não existia tecnologia de tratamento de água. Se usava apenas a água disponível, no local ou trazido de longe, mas sempre na sua forma natural.

As razões dos seres humanos para os banhos de emersão na água eram vários e não perderam validade até hoje. Seja para o puro prazer, a lavagem, razões de saúde e higiene, para o desenvolvimento físico ou ritos religiosos. Também a natação como desporto estava apreciada, fazia parte da educação elementar dos rapazes na antiga Grécia, Roma, Pérsia, Assíria e Egipto já há 4.500 anos.

Apenas a partir do Sec. XIX, com o avanço da industrialização na Europa e o subsequente crescimento da população, os problemas de doenças associadas à água contaminada foram reconhecidos.

No início do sec. XX inventaram-se sistemas de tratamento de água por químicos, tecnologia que se espalhou rapidamente pelo globo.  Em termos históricos, significa uma etapa relativamente curta em comparação de banho nas águas naturalizadas ao longo de milénios. Apenas na década 8 do século passado houve um regresso às origens, iniciou-se a procura à sistemas de tratamento biológico, no intuito de produzir com essa tecnologia inovativa e muito moderna água natural ou naturalizada como de outrora. Nesta altura nasceram as primeiras piscinas biológicas no mundo, na Europa Central, na Alemanha e Áustria em paralelo. A primeira piscina biológica de Portugal nasceu no ano de 1995, na Costa Vicentina, é da nossa autoria e o seu sistema de tratamento biológico funciona até hoje.
Entretanto essa nova biotecnologia aplicada faz parte da bioeconomia e os seus produtos, hoje em dia, são consideradas soluções bio-baseadas.

Fonte dos dados históricos: Vitorino de Matos Beleza, “A história das piscinas e das suas condições sanitárias”, 2014
Foto: National Archaeological Museum of Paestum, Public domain, via Wikimedia Commons