Uma lagartixa no fundo da piscina biológica? Não pode ser!

Pois, não é uma lagartixa. Apesar do tamanho, da forma comprida do corpo, as quatro patinhas e so caule comprido semelhante, se trata de um anfíbio. É um tritão que se chama tritão-de-ventre-laranja-meridional. O mundo científico conhece a espécie só desde 2019 porque naquele ano herpetólogos, isto são biólogos especializados em anfíbios e répteis, descreveram a nova espécie com o nome científico Lissotriton maltzani.

O tritão-de-ventre-laranja-meridional é uma espécie críptica, ou seja, foi descoberta no laboratório em estudos genéticos. Porque animais de aspeto como na foto são conhecidos de vários partes da península ibérica sob o nome Lissotriton boscai. Mas estudos dos dados genéticos revelaram que os tritões do Sul de Portugal  são geneticamente diferente da restante parte do país. Olhando para os animais, não se encontra diferenças visíveis, por isso os cientistas falam duma espécies críptica, ou seja, só reconhecível à base de estudo genéticos.

Nas piscinas biológicas os Lissotriton são observáveis na primavera. Dependente da zona do país, vão começar a fase aquática da vida deles quando as condições climáticas permitem chegar à água e as temperaturas não estejam demasiado baixos. Após acasalamento as fêmeas colocam os ovos em folhas de plantas subaquáticas, cada ovo num berço próprio, numa folha dobrada duma planta. Quando as larvas, os pequenos tritões, são visíveis na água, os adultos já tinham regressado ao habitates terrestres. Pois, são anfíbios, o que significa têm uma parte da vida em terra e outra na água.