Portugal é um dos países de Europa onde peixe é muito importante, seja no mar, seja no prato. Peixes de água doce são menos apreciados, sejam nos rios, sejam nos pratos. E peixes dos lagos? Em princípio não há. O que há são espécies de peixes de água doce introduzidas no território de Portugal como a Perca-sol, Peixe-gato e Gambúsias. Alguns são tão maus pelo ambiente aquático que a sua classificação como espécie invasora é mais que justificada e o posse destas espécies de peixes é proibido, com toda a razão.
A península ibérica está bem pobre em espécies de peixes autóctones de água doce e esta é a principal razão para que as piscinas biológicas nunca albergam e nunca devem ter peixes. Nem o Pimpão ou Peixe-dourado, porque estes pertencem à família das carpas cujos membros gostam sempre de mexer nos substratos e em consequência levantam a lama depositada no fundo de qualquer lago. O resultado é água constantemente turva e uma libertação de nutrientes que arrisca a boa qualidade de qualquer lago. Portanto, as piscinas biológicas são sempre lagos sem peixes!
Com tritões, rã, relas, cágados, larvas de libélulas, escaravelhos de água e até cobras-de-água, uma piscina biológica torna-se habitat de tantos seres vivos que são inofensivos e não interferem, forma nenhuma, com a qualidade de água. Assim, a água fica transparente e convidativa e a virtual falta de peixes é mais do que compensada.