Uma das lendas mais persistentes sobre piscinas biológicas é a das percentagens. Os “peritos da internet” competem entre si, indicando percentagens relativas à área da zona de banho e à área de regeneração com plantas numa piscina biológica. Quem fala assim, ainda não percebeu que essa relação não carateriza de forma alguma uma piscina biológica.
Sim, existe uma zona útil para o banho das pessoas e uma zona de plantas… quase sempre. Porque também já existem piscinas biológicas sem zona de plantas, mas isto não significa que essas sejam melhores do que outras, onde a relação entre as duas zonas é talvez de 3/1 a favor da zona de plantas.
Quem concebe uma piscina biológica tem de ter em conta muitos fatores. Por exemplo, o número de banhistas num dia quente de verão, a composição química da água de enchimento e, o mais importante, qual o módulo de tratamento mais adequado para um determinado caso. Existem muitos módulos de tratamento. O mais conhecido é a zona de plantas. Mas só nesta já se reunem vários tipos de tratamento biológico, por exemplo, uma zona funda com plantas subaquáticas, uma margem com plantas, um caniçal, um juncal ou até uma parede com plantas, saturada com água a pingar. A não esquecer os seres vivos que colonizam o volume de água e desempenham papel importante na filtração biológica in-situ. E ainda os diferentes tipos de filtros biológicos, com ou sem plantas, de passagem de água horizontal ou vertical, inundados ou seco, ou apenas periodicamente inundados. E esta lista de módulos biológicos ainda não está completa.
Visto assim, a pergunta sobre a percentagem é obsoleta.